domingo, 3 de abril de 2011

Um pouco de ócio, por favor!

 
Ócio.
 
  Acho esta palavra tão luxuosa e ao mesmo tempo tão perturbadora! Sempre fui ligada nos 220! Iniciava 4, 5 coisas ao mesmo tempo: tinha época que começava a ler três livros na mesma semana, tinha dois empregos, estudava duas coisas completamente diferentes... uma necessidade imperiosa de experimentar TUDO, não perder NADA!!! A questão é que sempre briguei com o tempo e tenho a impressão de que não posso desperdiçar um minuto dele! Contraditoriamente, perder tempo é uma constante em minha vida, por isso o ócio me é tão perturbador...


  Lembro-me que quando era adolescente, me preparando para passar no vestibular e comecei a trabalhar em uma lojinha. Uma amiga havia me dito que eu deveria guardar meu dinheiro durante aquele ano e passar um ano inteiro só estudando, pois aí poderia estudar em uma faculdade pública, renomada... mas eu não queria perder tempo! Ficava desesperada em imaginar que não estaria formada aos 21 anos... e olha só: 32 anos e lutando para me formar depois de iniciar duas faculdades... se eu soubesse, não teria me preocupado em perder apenas 1 ano, já que perdi 11... (peraí, ganhei experiência!)


  Sem ressentimentos, o fato é que o ócio, o "não fazer nada"  me perturba. E aí, o que acontece? Como não sou mulher biônica e não consigo e muitas vezes não quero fazer tudo ao mesmo tempo, eu passo o tempo pensando o que eu queria fazer e perco tempo pensando no tempo que eu queria ter! Porque não aceitar o tempo e suas limitações? Porque não agir a favor dele? Tanto atitudes positivas quanto negativas, se repetidas diariamente, com o “tempo” tomam uma força enorme (maus hábitos como fumar, ao longo dos anos, pode se tornar destruidor, em contrapartida, guardar dinheiro, ter uma alimentação saudável, fazer exercícios, em pouco tempo, podem mudar sua vida - "faça o que eu digo, não faça o que eu faço").


  Mas voltemos ao tema central deste post: ÓCIO!
  Tcharan: não sei o que dizer dele... acho importante que nos permitamos um pouco de ócio (o famoso ócio criativo!) e acredito inclusive que a insônia é fruto de uma mente em constante agitação, que não entra nunca em ócio (nunca esvazia); alguma sugestão para o ócio sem culpa? Enquanto isso, ouço a voz da mente de Cazuza:


“O tempo não pára.
  Não pára, não...
  Não pára!"

Viviane Sansperi